Carrossel

6/recent/ticker-posts

A arte marcial, o aprimoramento do caráter e o mercado de trabalho

O presente texto tenta lançar algumas bases científicas para a compreensão da força de vontade do ser humano


Foto: PX Here

Quais técnicas são mais eficazes para o aprimoramento do caráter humano? Como pensar em ensinar pessoas a difícil arte de se relacionar consigo mesmo, conhecendo os próprios pontos fracos e fortes?

E, mais do que isso, como a pessoa pode utilizar essa consciência sobre si mesma para conhecer o trabalho mais adequado para ela, considerando que todo o exercício de aprimoramento pessoal precisa indicar uma vocação?

Na reportagem “Bernardinho: sucesso passado não garante futuro”, presente no conteúdo virtual da revista “Época Negócios”, o ex-treinador de vôlei Bernardinho define o vencedor como um perdedor que tenta sempre de novo.

Se o vencedor é o perdedor que tenta novamente, então, são óbvias as valiosas lições aprendidas dentro do âmbito desportivo.

Se o esporte trata, prioritariamente, sobre formação do caráter, quais as melhores formas de um carateca procurar um trabalho condizente com o perfil dele, ao transportar as lições aprendidas no dojo para o ambiente corporativo?

Na reportagem “Contrate mais cascudos e trapezistas para o seu time”, presente no periódico “Valor”, o escritor Sérgio Chaia, por exemplo, relata o caso do CEO do Walmart.com, Paulão, que procura talentos para o time dele com base no que o candidato à vaga faz nas horas vagas.

Inclusive, ele contratou uma pessoa, porque, por mais que essa pessoa tenha um bom currículo, o que pesou como diferencial foi o fato dela ser uma trapezista.

É isso mesmo! Uma pessoa foi contratada porque pratica trapézio nas horas vagas. O hobby é muito mais do um passatempo. Reflete a busca pessoal de cada um por um propósito, mesmo nas horas livres.

Então, por que não contratar um programador que luta Muay Thai, considerando que a disciplina adquirida no esporte é fundamental, por exemplo, para manter a calma na hora em que o sistema dá erro? São esses diferenciais que agregam valor ao talento humano.

A própria gestão das emoções durante um treino, por exemplo, pode ensinar caratecas na arte de manusear pontos fortes e fracos, assim como temperamentos e ideias.

Sugiro que as empresas podem ganhar e muito patrocinando atletas, futuros caratecas, não somente para campeonatos, mas, para desenvolver talentos com valores agregados.

Imagino Senseis e, talvez, até psicólogos empresariais e pedagogos, questionando atletas da luta, futuros colaboradores, sobre os hobbys de cada um com o firme propósito de instigar a procura desses caratecas por diversões saudáveis e experiências capazes de libertar a criatividade humana, competência ideal para a nova economia.

Pode ser bobagem, mas, acredito firmemente que a única coisa que pode mudar o mundo é a variedade de experiências que uma pessoa pode usufruir com o propósito de ser única e especial.

Porque aquilo que somos como indivíduos é aquilo que instiga a formação do nosso senso de justiça.

Em últimas circunstâncias, não é a educação escolar que mudará o mundo.

É aquilo que fazemos nas horas livres que reflete o que verdadeiramente somos.

E prestar atenção nisso pode ser um bom começo para mudar o mundo…

Por: Felipe Gruetzmacher
Fonte: Medium

Postar um comentário

0 Comentários