O presente texto tenta lançar algumas bases científicas para a compreensão da força de vontade do ser humano
Quais técnicas são mais eficazes para o aprimoramento do caráter humano? Como pensar em ensinar pessoas a difícil arte de se relacionar consigo mesmo, conhecendo os próprios pontos fracos e fortes?
E, mais do que isso, como a pessoa pode utilizar essa consciência sobre si mesma para conhecer o trabalho mais adequado para ela, considerando que todo o exercício de aprimoramento pessoal precisa indicar uma vocação?
Na reportagem “Bernardinho: sucesso passado não garante futuro”, presente no conteúdo virtual da revista “Época Negócios”, o ex-treinador de vôlei Bernardinho define o vencedor como um perdedor que tenta sempre de novo.
Se o vencedor é o perdedor que tenta novamente, então, são óbvias as valiosas lições aprendidas dentro do âmbito desportivo.
Se o esporte trata, prioritariamente, sobre formação do caráter, quais as melhores formas de um carateca procurar um trabalho condizente com o perfil dele, ao transportar as lições aprendidas no dojo para o ambiente corporativo?
Na reportagem “Contrate mais cascudos e trapezistas para o seu time”, presente no periódico “Valor”, o escritor Sérgio Chaia, por exemplo, relata o caso do CEO do Walmart.com, Paulão, que procura talentos para o time dele com base no que o candidato à vaga faz nas horas vagas.
Inclusive, ele contratou uma pessoa, porque, por mais que essa pessoa tenha um bom currículo, o que pesou como diferencial foi o fato dela ser uma trapezista.
É isso mesmo! Uma pessoa foi contratada porque pratica trapézio nas horas vagas. O hobby é muito mais do um passatempo. Reflete a busca pessoal de cada um por um propósito, mesmo nas horas livres.
Então, por que não contratar um programador que luta Muay Thai, considerando que a disciplina adquirida no esporte é fundamental, por exemplo, para manter a calma na hora em que o sistema dá erro? São esses diferenciais que agregam valor ao talento humano.
A própria gestão das emoções durante um treino, por exemplo, pode ensinar caratecas na arte de manusear pontos fortes e fracos, assim como temperamentos e ideias.
Sugiro que as empresas podem ganhar e muito patrocinando atletas, futuros caratecas, não somente para campeonatos, mas, para desenvolver talentos com valores agregados.
Imagino Senseis e, talvez, até psicólogos empresariais e pedagogos, questionando atletas da luta, futuros colaboradores, sobre os hobbys de cada um com o firme propósito de instigar a procura desses caratecas por diversões saudáveis e experiências capazes de libertar a criatividade humana, competência ideal para a nova economia.
Pode ser bobagem, mas, acredito firmemente que a única coisa que pode mudar o mundo é a variedade de experiências que uma pessoa pode usufruir com o propósito de ser única e especial.
Porque aquilo que somos como indivíduos é aquilo que instiga a formação do nosso senso de justiça.
Em últimas circunstâncias, não é a educação escolar que mudará o mundo.
É aquilo que fazemos nas horas livres que reflete o que verdadeiramente somos.
E prestar atenção nisso pode ser um bom começo para mudar o mundo…
Por: Felipe Gruetzmacher
Fonte: Medium
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